CEDETRAN

SOCIEDADE PRECISA APOIAR POLÍTICOS EMPENHADOS EM COMBATER A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

Com a pandemia da Covid-19 as vezes parece que a sociedade acordou. Ao mesmo tempo, na última década praticamente 400 mil pessoas morreram no trânsito e milhões ficaram com invalidez permanente, conforme atestam as indenizações pagas pelo DPVAT.

Curiosamente a Covid 19 conseguiu em poucos meses conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação da vida. No trânsito não conseguimos isso nem em dez anos. Havia um certo conformismo com as mortes por falta de condições de atendimento nos hospitais públicos.

Principalmente por parte das classes mais favorecidas e até nos veículos de comunicação. O drama dos mais humildes servia de pauta para matérias muitas vezes sensacionalistas mas elas traziam poucos resultados práticos. Nas lideranças da sociedade, muitos lamentavam a situação mas pouco faziam para mudá-la.

Medo de morrer acordou as elites

Com a Covid-19 as elites acordaram. O temor de pegar a doença e não poder sequer usar o hospital privado ou ficar isolado e morrer sem contato com ninguém, apavorou os mais abastados. Formadores de opinião, inclusive jornalistas, perceberam que o vírus não respeita status social.

Ao mesmo tempo, na última década praticamente 400 mil pessoas morreram no trânsito e milhões ficaram com invalidez permanente, conforme atestam as indenizações pagas pelo DPVAT. Curiosamente a Covid 19 conseguiu em poucos meses conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação da vida. No trânsito não conseguimos isso nem em dez anos.

Leis para beneficiar o infrator

No Congresso, projetos de lei do Executivo e de parlamentares, focam em beneficiar o infrator, facilitar a vida do mau condutor. Atualmente quase que imune as penalizações, tantos são os recursos possíveis utilizados por escritórios de advocacia especializados, inclusive quando envolvem acidentes e mortes.

Poucos são os parlamentares dedicados a causa do trânsito. Atualmente são basicamente duas vozes fortes na Câmara: Hugo Leal do Rio e Christiane Yared do Paraná. O primeiro é conhecido pela chamada Lei Seca. Já Yared , perdeu seu filho assassinado no trânsito e assumiu protagonismo em nome das vítimas.

No Senado temos Fabiano Contarato do Espírito Santo, que comandava delegacia especializada em acidentes de trânsito e conheceu o drama das vítimas de perto. Outra voz que veio do mundo real, é o Senador Styvenson Valentim , o Capitão da Lei Seca no Rio Grande do Norte, que aplicava a lei sem distinção de classe social.

Apoio as vozes que combatem a violência no trânsito

Essas vozes precisam ser fortalecidas pelos eleitores e pela imprensa. Cabe a sociedade, a todos nós, ajudarmos esses parlamentares a multiplicarem essas vozes, ampliarem as adesões a causa do trânsito seguro. Afinal, a morte no trânsito não escolhe vítimas por simpatia política, mata todos igualmente.

O vírus tem um ciclo mas a violência no trânsito é constante e pode ser evitada. Basta cumprir as leis e ajudar os políticos comprometidos com a preservação da vida e aperfeiçoamento da legislação. Caso contrário, os infratores, dentre os quais estão inúmeros parlamentares, vão continuar conseguindo impedir avanços na legislação e aumentando a impunidade.

Portanto, nas eleições municipais,  assim como estaduais e presidenciais, temos que focar em quem prioriza salvar vidas. Esse deve ser nosso único partido.

Rodolfo Rizzotto – Coordenador do SOS Estradas